Extintor de incêndio no carro ainda é obrigatório? Saiba como usar

O extintor de incêndio já foi item obrigatório nos carros de passeio no Brasil, mas desde 2015 a exigência deixou de valer. Agora, um novo projeto de lei pode trazer essa lei de volta, reacendendo o debate sobre a importância do equipamento na segurança automotiva.

Mas afinal, o extintor ainda é necessário? E, para quem o mantém no carro, como usá-lo de maneira correta?

Extintor de incêndio era obrigatório, mas a regra mudou

Até 2015, todos os carros de passeio precisavam ter um extintor de incêndio a bordo, assim como acontece hoje com caminhões, ônibus e veículos de transporte de produtos inflamáveis. No entanto, a Resolução 556/2015 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tornou o equipamento facultativo para automóveis de passeio, utilitários, camionetas, caminhonetes e triciclos fechados. A justificativa foi a evolução dos sistemas de segurança dos veículos modernos, que reduziram o risco de incêndios.

Agora, quase uma década depois, a obrigatoriedade pode retornar. Em 2024, a Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado aprovou um projeto de lei que pretende tornar o extintor obrigatório novamente.

O texto, proposto pelo Deputado Federal Moses Rodrigues (Cidadania/CE), ainda precisa ser votado no Plenário e não há consenso entre os parlamentares. Para o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da proposta, o extintor continua sendo um equipamento de segurança essencial, de fácil manuseio e com custo acessível.

Quem opta por ter um extintor precisa seguir regras

Mesmo sem a obrigatoriedade, muitos motoristas preferem manter um extintor no carro. Mas atenção: o equipamento precisa estar dentro das normas para ser útil e não gerar problemas. O modelo indicado para automóveis é o do tipo ABC, capaz de combater três tipos de incêndio:

Classe A: materiais sólidos, como espuma de estofados e pneus.

Classe B: líquidos inflamáveis, como gasolina, diesel e álcool.

Classe C: equipamentos energizados, como a bateria e os sistemas eletrônicos do carro.

Além disso, o extintor precisa estar dentro da validade de cinco anos e ter o selo do Inmetro. Caso contrário, ele pode perder eficiência e até agravar um incêndio em vez de controlá-lo. “Não se deve, em hipótese alguma, utilizar um extintor vencido ou inadequado para o tipo de fogo. Em vez de apagar as chamas, ele pode espalhar ainda mais o incêndio e gerar um descontrole”, alerta Péricles Mattos, mestre em defesa civil e segurança contra incêndio da Mandala.

Como usar o extintor de incêndio corretamente?

Saber usar o extintor é tão importante quanto tê-lo. De acordo com Péricles Mattos, se o motor começar a superaquecer e soltar fumaça, por exemplo, o motorista deve agir com calma. “O primeiro passo é desligar o veículo imediatamente e manter uma distância segura de pelo menos um metro. Em seguida, iniciar a aspersão pelas laterais e pela frente da grade do motor”, explica.

É importante frisar que abrir o capô de uma vez só pode ser um um erro fatal, pois a entrada de oxigênio intensifica as chamas. “Após a primeira aplicação do extintor, o ideal é tentar abrir o capô com cautela e continuar o combate ao fogo. Nunca se deve descarregar todo o extintor de uma vez, e sim utilizar o jato com parcimônia sempre na base do fogo”, orienta o especialista.

Onde armazenar o extintor no carro?

Se o motorista optar por manter o equipamento no veículo, ele deve ser instalado na parte dianteira do habitáculo, ao alcance rápido do condutor. “O melhor local para o extintor é sob o banco do motorista ou do passageiro. Dessa forma, ele fica acessível e pronto para uso em caso de emergência”, recomenda Mattos.

Além disso, é essencial checar regularmente a pressão do extintor e, se necessário, procurar uma empresa credenciada para a recarga. “Se o extintor perder a pressão, ele poderá ser pressurizado novamente desde que ainda esteja dentro do prazo de validade”, explica o especialista.

Referência: autoesporte.globo.com