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Comprar carro com alta quilometragem significa mau negócio?

Desgaste do veículo não está relacionado somente com o quanto ele rodou.




Você compraria um carro com mais de 100 mil quilômetros rodados? A pergunta pode gerar caretas para quem está querendo um veículo. Logo vem à mente uma lataria amassada, um motor com problemas, pneus desgastados e tudo de ruim que a imaginação pode inventar.

Não é bem assim. Carros com alta quilometragem (estamos falando de acima dos 100 mil quilômetros) podem gerar estranheza no consumidor, mas são uma alternativa atraente para quem quer economizar.


Em primeiro lugar, alta quilometragem não é sinônimo de desgaste. Tudo depende das condições de rodagem do carro, isto é, se o motor atinge a temperatura ideal de funcionamento, os componentes estão bem lubrificados e se a manutenção foi feita de forma correta.


“Carros que rodam na cidade e ficam naquele 'anda e para' têm um maior desgaste, naturalmente. Já os que andam em estradas, em velocidade de cruzeiro, tendem a ter uma depreciação menor”, afirma o especialista técnico da Bosch, Diego Riquero Tournier.

Muitas pessoas que usam o carro no dia a dia andam poucos quilômetros para ir ao mercado ou mesmo ao trabalho. Essa distância curta não permite o motor atingir a temperatura ideal de funcionamento, impedindo que o óleo alcance a viscosidade adequada e fazendo com que o conjunto precise de “mais força” para mover as peças. Os principais componentes que sofrem com esse desgaste são a caixa de câmbio e o próprio motor.

Por outro lado, carros que percorrem longas distâncias em estradas bem pavimentadas costumam atingir a condição ideal de operação do motor, que é de rotação constante. “Assim, o carro pode acumular alta quilometragem, mas esses elementos não desgastam tanto”, conclui Diego.


Ele ainda reforça que tudo isso é válido, desde que o veículo tenha passado pelas revisões no período estabelecido pela montadora. “Carros que andam em terrenos irregulares, com muita poeira entrando no motor, sofrem um efeito agravante no desgaste. O ideal é fazer a revisão até antes do estipulado pela montadora”, diz.


O professor do departamento de mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Silvio Shizuo, é um dos consumidores que confia na durabilidade do carro. Ele mesmo compra veículos com quilometragem e não tem dúvida de que, nos últimos 30 anos, os automóveis melhoraram muito.

O principal motivo, segundo ele, é o preço pago. Carros com ar condicionado, câmbio automático e outros equipamentos, depois de 8 ou 9 anos de uso, ficam no mesmo preço de veículos novos 1.0 versão de entrada.

“Tem gente que compra carro seminovo, eu compro carro semi velho”, brinca Silvio. Para ele, o grande problema são as peças de reposição. Muitas montadoras não ficam com estoques por muito tempo quando um veículo sai de linha. Assim, é mais fácil recorrer a peças de desmanche legalizados para conseguir os componentes.


Outro problema enfrentado é com o seguro, já que muitas companhias cobram valores altos para carros com certa idade. Mas o professor não se abala: “Eu não costumo fazer seguro porque ninguém quer roubar esse tipo de modelo, ele não é atrativo, não dá pra revender. Ele é o próprio seguro”.

Silvio é especializado em motores e elencou os que tem a maior durabilidade entre todos. “Em primeiro lugar, caminhonetes com motores diesel. Às vezes, o mesmo motor de um caminhão é colocado na caminhonete, então ele dura bastante. Em seguida, o motor a gasolina. Por último, o motor flex”, conclui.

A dica principal para quem quer comprar um carro rodado é levar a um mecânico de confiança, que fará a avaliação dos componentes que possam precisar ser trocados, além de checar se todas as revisões foram feitas corretamente.


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